A Cia O Cidadão de Papel apresenta em Plataforma o espetáculo Fome
Kátia Monteiro
A companhia de teatro O Cidadão de Papel apresenta o espetáculo Fome de 17 de agosto a 15 de setembro às sextas e sábados às 19h, no Centro de Cultura de Plataforma, situado na praça São Braz. O valor do ingresso é um quilo de alimento não perecível. Os alimentos serão doados às instituições do bairro para que sejam distribuídos à comunidade. Na peça são abordados assuntos como desemprego, fome, crianças que moram nas ruas, desigualdade na distribuição de renda e preconceito racial, com o objetivo de conscientizar o público sobre os problemas sociais e econômicos existentes no Brasil.
O espetáculo Fome, criado por Leandro Rocha, é o segundo trabalho teatral produzido pela Cia O Cidadão de Papel, depois de ter ficado em cartaz por seis anos com a peça O Cidadão de Papel. Fome participou do Festival de Teatro de Ipitanga em 2007 e ganhou os prêmios de Melhor Direção e Melhor Atriz, para Marli Souza. O cenário representa um lixão e os atores Marli Souza e Luiz Falcão, interpretam pessoas famintas, que lutam para sobreviver em condições subumanas. A mensagem principal é a “fome”, que tanto pode ser causada por uma necessidade fisiológica essencial à vida, como também por outras desejos de consumo que não estejam ligadas à sobrevivência.
Marcos Oliveira, diretor e um dos fundadores da Cia O Cidadão de Papel, criada em parceria com Leandro Rocha e inspirada no livro O Cidadão de Papel de Gilberto Dimenstein, conta que a idéia de criar peças que despertem a consciência crítica nos expectadores, surgiu por influência do Teatro do absurdo e pela observação dos moradores de rua. “Tiramos as gírias para dar um ar de absurdo, mostrando meninos de rua falando com formalidade”, explica Marcos. Durante a pesquisa, ele encontrou morando nas ruas pessoas de níveis intelectuais que variavam de analfabetos a médicos e advogados.
A peça Fome é formada por atores que fazem parte do projeto “O Cidadão de Papel”, com apoio da Cipó Comunicações Interativas e Todo Mundo Faz Teatro. A atriz Marli Souza conta que faz parte da Cia Cidadão de Papel há 4 anos e que somente teve consciência da sua vocação artística, quando entrou num curso de artes cênicas chamado “A idéia é essa”, promovido pela Universidade Federal da Bahia. “Antes, eu fazia karatê e era muito tímida. Quando entrei para o grupo “A idéia é essa” foi que me senti estimulada para ser atriz”, afirma Marli. A atriz acredita que uma das maiores dificuldades para executar peças teatrais na Bahia é a falta de patrocínio. “Existe a dificuldade financeira, pois é difícil encontrar empresas que nos apõem”, diz Marli.
Aliada ao espetáculo Fome, acontece a mostra de fotografia do fotógrafo Rafael Martins, que expõe fotos de moradores de rua em Salvador e a exposição de molduras feitas com materiais recicláveis da artista Mércia Leite. A Cia Cidadão de Papel realiza todo mês uma apresentação teatral sem fins lucrativos para alguma instituição. Paralelamente a esse projeto, a companhia possui o grupo de teatro Trama dos Arteiros. A Cia já se apresentou em Sergipe e pretende buscar patrocínio com a finalidade de fazer apresentações em outros Estados do Brasil, pois, de acordo com Marcos Oliveira, “O teatro tem o poder de transformar as pessoas”.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A Cia O Cidadão de Papel apresenta em Plataforma o espetáculo Fome
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Centro de Cultura de Plataforma recebe espetáculo Fome

Por Lázaro Britto
A Cia de Teatro O Cidadão de Papel apresenta o espetáculo Fome de 17 de agosto a 15 de setembro, no Centro de Cultura de Plataforma (Praça São Braz). Inspirado no Teatro do Absurdo, com texto e direção de Leandro Rocha, a peça tem o objetivo de levar cultura para a população de baixa renda, através da reflexão em torno de uma espécie de fome geralmente esquecida pelo poder público.
Em entrevista coletiva concedida aos alunos do 3º semestre matutino de Jornalismo da FIB – Centro Universitário da Bahia, Marcos Oliveira e Marli Souza, integrantes da Cia, relataram suas experiências no campo do teatro e as reflexões que propõem com o novo espetáculo.
A Cia de Teatro O Cidadão de Papel apresenta o espetáculo Fome de 17 de agosto a 15 de setembro, no Centro de Cultura de Plataforma (Praça São Braz). Inspirado no Teatro do Absurdo, com texto e direção de Leandro Rocha, a peça tem o objetivo de levar cultura para a população de baixa renda, através da reflexão em torno de uma espécie de fome geralmente esquecida pelo poder público.
Em entrevista coletiva concedida aos alunos do 3º semestre matutino de Jornalismo da FIB – Centro Universitário da Bahia, Marcos Oliveira e Marli Souza, integrantes da Cia, relataram suas experiências no campo do teatro e as reflexões que propõem com o novo espetáculo.
Para Marcos, um dos elaboradores do projeto e responsável pelas áreas técnicas de preparação dos atores, iluminação, luz e cenografia, o Brasil tem fome não somente de pão, mas de cultura, informação e conhecimento, uma forme geralmente não saciada pela iniciativa do Estado, o que legitima movimentos dessa natureza.
Para a protagonista Marli Souza, participar de Fome é uma experiência enriquecedora, sobretudo para ela que, oriunda de família pobre, enfrentou diversas barreiras para se manter no teatro. “A primeira dificuldade é a própria família, que não aceita que se faça teatro. A segunda dificuldade é a questão financeira, pois não dá para viver de teatro”, afirma Marli, que mesmo diante das dificuldades, faz teatro desde o início da adolescência.
Com o espetáculo, a Cia de Teatro O Cidadão de Papel pretende derrubar o estereótipo de que comunidades carentes e bairros populares não estão aptos a consumir cultura de qualidade. Para quem quiser conferir, Fome é apresentado sempre às sextas e sábados, às 19h, e o valor do ingresso é um quilo de alimento não-perecível.
"ORDEM E PROTESTO"
Por: Daniela Passos dos Santos.
Em entrevista coletiva no último dia 24 de agosto, Marcos Oliveira, atual diretor da Companhia de Teatro Cidadão de Papel e Marli Sousa, também integrante do grupo e ganhadora do prêmio de melhor atriz pelo Festival de Teatro Ipitanga, falam sobre o espetáculo “Fome” e seu engajamento nas questões socioculturais.
O Espetáculo, inicialmente ensaiado no bairro de Itapuã, na laje da casa de Leandro Rocha, membro do grupo que trabalha na preparação de atores, no figurino, na cenografia e na criação de projetos, hoje possui um reconhecimento significativo.
Baseando-se no livro do jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, o grupo, em seu espetáculo, cujo palco é o Centro de Cultura São Braz em Plataforma, subúrbio ferroviário de Salvador, chama a atenção para problemas como o preconceito racial, as disparidades na distribuição de renda e o consumismo exacerbado.
Formado por jovens preocupados com problemas sociais que afligem não somente a sociedade brasileira, mas grande parte do mundo, o grupo teatral busca através da arte aguçar o sentimento de repúdio às desigualdades, o que lhes proporcionou o recebimento de um “prêmio especial”, no Festival de Ipitanga (Ba) pela mobilização social. “A princípio, o grupo encontrava dificuldade em ser respeitado, em nos valorizarem, mas assim que nos dão a oportunidade, vêem que somos capazes”, conta Marli.
Problema financeiro não é algo que inibe o grupo, que continua perseguindo seus objetivos - inserção social de jovens no mundo das artes e da cidadania. Prova disso é a “moeda de acesso” à apresentação de “Fome”: um quilo de alimento não-perecível, que, segundo Marcos, serão repassados para os moradores mais carentes do Bairro, que até o dia 15 de setembro, sedia o espetáculo.
Mas esse “trabalho filantrópico”, para Oliveira, é motivo de preocupação. È a primeira vez que eles trabalham com doações de alimentos e isso lhes causa certo receio em acabar fazendo assistencialismo, acreditam que doar coisas materiais é menos significativo que transmitir cultura através do teatro.
Para Marcos, um dos maiores obstáculos que encontram é o fraco incentivo à apreciação das artes: “É necessário incentivo de consumo a produtos culturais e uma maior divulgação das criações artísticas além de apoio aos artistas”, explicita Marcos.
Por essas e outras razões Marli desabafa dizendo: “Não há apenas como viver de teatro. É preciso batalhar muito e isso é um tanto complicado. Às vezes, somos obrigados a abdicar da paixão por essa arte em função das necessidades”.
Ainda segundo o jovem diretor, há muitos grupos que fazem teatro apenas para ganhar dinheiro, o que afirma não ser o seu caso. Para ele, se alguém sabe fazer algo bom, deve usar sua capacidade para ajudar outras pessoas e não apenas para benefício próprio.
Oliveira expõe não receber os mesmo incentivos do início e possuir certa independência, por isso, de todo e qualquer dinheiro adquirido 15% vai para a “manutenção” da Companhia e o restante é dividido em partes iguais entre seus integrantes.
O grupo, que parece possuir grande admiração pelas obras do escritor, atualmente trabalha em um projeto que envolve outro livro de Dimenstein “Meninas da Noite”, onde o mesmo aborda a prostituição infantil no Norte-Nordeste brasileiro. A ligação com Gilberto começou em 1999 e cresceu a ponto de o jornalista doar parte dos direitos autorais de seu livro, cujo nome “O Cidadão de Papel”, foi escolhido também para intitular a Companhia de Teatro. Além disso, de acordo com Marcos, sempre que o escritor vinha a Salvador, durante suas palestras, sempre lhes dava a oportunidade para que os jovens artistas pudessem se apresentar. Isso lhes proporcionou serem conhecidos e reconhecidos por um maior números de pessoas.
A fome de que os jovens cidadãos tratam não é apenas a necessidade fisiológica, mas uma fome em consumir, em possuir ambições que jamais são saciadas, uma sensação que torna os seres humanos cegos e indiferentes aos problemas dos outros. No final das apresentações a frase “Você tem fome de quê?” deixa um espectro no ar.
Em entrevista coletiva no último dia 24 de agosto, Marcos Oliveira, atual diretor da Companhia de Teatro Cidadão de Papel e Marli Sousa, também integrante do grupo e ganhadora do prêmio de melhor atriz pelo Festival de Teatro Ipitanga, falam sobre o espetáculo “Fome” e seu engajamento nas questões socioculturais.
O Espetáculo, inicialmente ensaiado no bairro de Itapuã, na laje da casa de Leandro Rocha, membro do grupo que trabalha na preparação de atores, no figurino, na cenografia e na criação de projetos, hoje possui um reconhecimento significativo.
Baseando-se no livro do jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, o grupo, em seu espetáculo, cujo palco é o Centro de Cultura São Braz em Plataforma, subúrbio ferroviário de Salvador, chama a atenção para problemas como o preconceito racial, as disparidades na distribuição de renda e o consumismo exacerbado.
Formado por jovens preocupados com problemas sociais que afligem não somente a sociedade brasileira, mas grande parte do mundo, o grupo teatral busca através da arte aguçar o sentimento de repúdio às desigualdades, o que lhes proporcionou o recebimento de um “prêmio especial”, no Festival de Ipitanga (Ba) pela mobilização social. “A princípio, o grupo encontrava dificuldade em ser respeitado, em nos valorizarem, mas assim que nos dão a oportunidade, vêem que somos capazes”, conta Marli.
Problema financeiro não é algo que inibe o grupo, que continua perseguindo seus objetivos - inserção social de jovens no mundo das artes e da cidadania. Prova disso é a “moeda de acesso” à apresentação de “Fome”: um quilo de alimento não-perecível, que, segundo Marcos, serão repassados para os moradores mais carentes do Bairro, que até o dia 15 de setembro, sedia o espetáculo.
Mas esse “trabalho filantrópico”, para Oliveira, é motivo de preocupação. È a primeira vez que eles trabalham com doações de alimentos e isso lhes causa certo receio em acabar fazendo assistencialismo, acreditam que doar coisas materiais é menos significativo que transmitir cultura através do teatro.
Para Marcos, um dos maiores obstáculos que encontram é o fraco incentivo à apreciação das artes: “É necessário incentivo de consumo a produtos culturais e uma maior divulgação das criações artísticas além de apoio aos artistas”, explicita Marcos.
Por essas e outras razões Marli desabafa dizendo: “Não há apenas como viver de teatro. É preciso batalhar muito e isso é um tanto complicado. Às vezes, somos obrigados a abdicar da paixão por essa arte em função das necessidades”.
Ainda segundo o jovem diretor, há muitos grupos que fazem teatro apenas para ganhar dinheiro, o que afirma não ser o seu caso. Para ele, se alguém sabe fazer algo bom, deve usar sua capacidade para ajudar outras pessoas e não apenas para benefício próprio.
Oliveira expõe não receber os mesmo incentivos do início e possuir certa independência, por isso, de todo e qualquer dinheiro adquirido 15% vai para a “manutenção” da Companhia e o restante é dividido em partes iguais entre seus integrantes.
O grupo, que parece possuir grande admiração pelas obras do escritor, atualmente trabalha em um projeto que envolve outro livro de Dimenstein “Meninas da Noite”, onde o mesmo aborda a prostituição infantil no Norte-Nordeste brasileiro. A ligação com Gilberto começou em 1999 e cresceu a ponto de o jornalista doar parte dos direitos autorais de seu livro, cujo nome “O Cidadão de Papel”, foi escolhido também para intitular a Companhia de Teatro. Além disso, de acordo com Marcos, sempre que o escritor vinha a Salvador, durante suas palestras, sempre lhes dava a oportunidade para que os jovens artistas pudessem se apresentar. Isso lhes proporcionou serem conhecidos e reconhecidos por um maior números de pessoas.
A fome de que os jovens cidadãos tratam não é apenas a necessidade fisiológica, mas uma fome em consumir, em possuir ambições que jamais são saciadas, uma sensação que torna os seres humanos cegos e indiferentes aos problemas dos outros. No final das apresentações a frase “Você tem fome de quê?” deixa um espectro no ar.
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INCLUSÃO CULTURAL NO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR
A Companhia de Teatro O Cidadão de Papel apresenta no centro cultural de Plataforma, o espetáculo FOME, que traz em discussão os temas: preconceito, desemprego, fome, a situação das crianças de rua, entre outros. Até o dia 15 de setembro a peça ficará em cartaz.
FOME já concorreu aos prêmios de melhor autor, melhor iluminação, melhor trilha sonora e ganhou os prêmios de melhor direção, com Leandro Rocha e o de melhor atriz, com Marli Souza, no festival de Ipitanga.
A companhia tem como um de seus principais objetivos, levar arte e cultura para os bairros populares da cidade de Salvador, devido a isso se deu a escolha de Plataforma, bairro do Subúrbio Ferroviário.
Esse é o segundo espetáculo da companhia depois de ter ficado seis anos com a peça O Cidadão e Papel (inspirada no livro Homônimo de Gilberto Dimenstein).
FICHA TÉCNICA
· Autor e Diretor – Leandro Rocha.
· Preparação de Atores – Marcos Oliveira.
· Elenco – Luis Falcão e Marli Souza.
· Figurino – Leandro Rocha e Marli Sousa.
· Iluminação – Marcos Oliveira.
· Operador de Luz – Marcos Oliveira.
· Cenografia – Leandro Rocha, Marcos Oliveira, Marli Souza e Luis Falcão.
· Pesquisa Musical e Trilha Sonora – Leandro Rocha.
· Edição Musical – DJ - M.Jay.
· Operador de Som – Leandro Rocha.
· Elaboração de Projeto – Leandro Rocha e Marcos Oliveira.
· Fotografia – Rafael Martins.
· Design Gráfico – Vinicius Couto.
· Produção – A Cia O Cidadão de Papel.
Local: Centro Cultural de Plataforma
Endereço: Praça São Braz, Plataforma, Subúrbio Ferroviário – Salvador, Bahia.
Informações: (71) 88689483 / 99039227 / ciadaodepapel@hotmail.com
Quando: 18, 24, 25 e 31 de agosto e 01, 07, 08, 14, e 15de setembro de 2007, as 19h
Acesso: 1kg de alimento não perecível.
JULLIANA DAS NEVES SILVA
FOME já concorreu aos prêmios de melhor autor, melhor iluminação, melhor trilha sonora e ganhou os prêmios de melhor direção, com Leandro Rocha e o de melhor atriz, com Marli Souza, no festival de Ipitanga.
A companhia tem como um de seus principais objetivos, levar arte e cultura para os bairros populares da cidade de Salvador, devido a isso se deu a escolha de Plataforma, bairro do Subúrbio Ferroviário.
Esse é o segundo espetáculo da companhia depois de ter ficado seis anos com a peça O Cidadão e Papel (inspirada no livro Homônimo de Gilberto Dimenstein).
FICHA TÉCNICA
· Autor e Diretor – Leandro Rocha.
· Preparação de Atores – Marcos Oliveira.
· Elenco – Luis Falcão e Marli Souza.
· Figurino – Leandro Rocha e Marli Sousa.
· Iluminação – Marcos Oliveira.
· Operador de Luz – Marcos Oliveira.
· Cenografia – Leandro Rocha, Marcos Oliveira, Marli Souza e Luis Falcão.
· Pesquisa Musical e Trilha Sonora – Leandro Rocha.
· Edição Musical – DJ - M.Jay.
· Operador de Som – Leandro Rocha.
· Elaboração de Projeto – Leandro Rocha e Marcos Oliveira.
· Fotografia – Rafael Martins.
· Design Gráfico – Vinicius Couto.
· Produção – A Cia O Cidadão de Papel.
Local: Centro Cultural de Plataforma
Endereço: Praça São Braz, Plataforma, Subúrbio Ferroviário – Salvador, Bahia.
Informações: (71) 88689483 / 99039227 / ciadaodepapel@hotmail.com
Quando: 18, 24, 25 e 31 de agosto e 01, 07, 08, 14, e 15de setembro de 2007, as 19h
Acesso: 1kg de alimento não perecível.
JULLIANA DAS NEVES SILVA
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