quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Abuso Sexual: o perigo está dentro de casa


Por Lázaro Lamberth

“Ele me tirou o direito de levar uma vida normal”. É desta forma que o estudante de Direito, Diogo Santana
[1], hoje com 21 anos, se refere ao irmão mais velho, que o abusou sexualmente durante a infância. Diogo descobriu-se homossexual no início da adolescência e acredita que os abusos sofridos foram determinantes na sua definição sexual.

Embora o caso acima seja atípico entre as estatísticas de abuso sexual contra a criança e o adolescente — uma vez que as principais vítimas são crianças do sexo feminino — revela uma tendência perigosa e desconhecida por muitos pais: a de que os agressores, em sua grande maioria, são pessoas da própria família ou outras conhecidas pelo menor.

Segundo o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan – Cedeca, as constatações médicas e queixas apresentadas à Justiça evidenciam que grande parte dos autores de agressão sexual são do sexo masculino e que, embora os meninos também sejam vítimas, o abuso sexual é cometido principalmente contra meninas.

Quando um adulto usa uma criança ou adolescente para satisfazer seus desejos sexuais, através de carícias nos órgãos sexuais, relações sexuais, sexo oral, anal, ou mesmo propostas de conotação imoral, está cometendo crime hediondo, de acordo com o art. 217 do Código Penal Brasileiro. O Estatuto da Criança e do Adolescente, através da Lei 8069/90, prevê no seu art. 244, pena de seis a dez anos de reclusão.

Segundo especialistas em direitos da criança e do adolescente, abuso é qualquer forma de violência que se manifeste de forma física, sexual e psicológica. Entretanto, dos três, o abuso sexual é o que mais agride emocionalmente a vítima. “Consiste no mais difícil tipo de violência, pois acarreta cicatrizes emocionais pelo resto da vida”, avalia o estudante citado no início desta matéria, que não teve coragem de denunciar o autor da agressão, por se tratar de alguém da família.

O fato da maioria dos casos de abuso ocorrer na própria família, praticado geralmente por pai, tio, avô, irmão, primo, padrasto, ou qualquer outra pessoa de conhecimento e confiança da criança, torna-se uma grande barreira na descoberta e resolução dos crimes. Outra idéia pré-estabelecida é a de que somente os homossexuais abusam sexualmente de crianças do sexo masculino. “Isso não é verdade”, declara a psicóloga Kátia Queiroz. “A maioria dos homens agentes de agressão sexual sustentam ter práticas exclusivamente heterossexual”, ressalta Queiroz.

Como os pais podem proteger os filhos desta ameaça? Quais os indícios de que uma criança está sendo vítima de abuso sexual? Como denunciar o agressor? Essas são as principais questões levantadas quando se fala em abuso sexual contra criança e adolescente. Segundo o Cedeca, existem algumas pistas que facilitam o processo de identificação de uma violência sexual e podem ser divididas em fatores físicos, sexuais e comportamentais. (veja o quadro)

COMO OS PAIS PODEM PROTEGER OS FILHOS

A responsabilidade principal de proteger a criança contra abuso é dos pais e não delas mesma. Assim, o primeiro passo é se informar sobre o assunto e depois passá-lo para os filhos. Segue abaixo alguns indícios ou sintomas geralmente apresentados pela criança quando é abusada sexualmente.

Físicos:

Dilatação do hímen
Doenças sexualmente transmissíveis
Dores na região genital e abdominal
Gravidez
Infecções
Sangramento

Sexuais:

Comportamento sexualmente explícito ou embotamento sexual
Conhecimento sexual não condizente com a fase em que o menor se encontra
Masturbação excessiva

Comportamentais:

Agressividade ou apatia extrema
Aparência desleixada
Auto-agressão
Choro constante sem causa aparente
Depressão
Distúrbios alimentares
Distúrbios do sono
Fuga de casa
Isolamento
Medo
Pensamentos e tendências suicidas
Preocupação exagerada com a limpeza corporal
Queda no rendimento escolar

Embora tais sintomas não devam ser determinantes na avaliação de que uma criança esteja sendo vítima de abuso, é importante estar atento principalmente às mudanças de comportamento ou humor, pois dificilmente a criança toma a dianteira em denunciar a agressão, por medo, vergonha, ou pelo simples fato da mesma ser praticada por alguém da família.

ONDE DENUNCIAR

CEDECA - CENTRO DE DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Rua Gregório de Matos, PelourinhoTel.: (71) 3321-5202 / 3321-5196.

DERCA - DELEGACIA DE REPRESSÃO AO CRIME CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE
Rua Pitangueiras, Brotas.
Tel.: (71) 3316-2151 / 3381-8431/ 3381-4076

[1] O nome foi mudado.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Planteq prevê qualificação profissional para pessoas com deficiência. Será que vai decolar?


Por Lázaro Lamberth

Pela sigla parece tratar-se de mais um daqueles programas do governo que só existem no papel. Anunciado no final de setembro pelo governador Jaques Wagner, o Plano Territorial de Qualificação Profissional e Social da Bahia – Planteq, prevê investimentos, até o final deste ano, de aproximadamente R$ 5,5 milhões na capacitação de trabalhadores baianos, em especial pessoas com deficiência – PCDs, uma minoria que enfrenta maior dificuldade para ingressar no mercado de trabalho.

O programa contará com recursos do Governo do Estado e do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, através do Ministério do Trabalho e Emprego. Os cursos serão ministrados por instituições parceiras da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre, em 137 municípios baianos e abrangerão capacitação em diversas áreas, incluindo serigrafia, informática, telemarketing, auxiliar administrativo, entre outros.
Se o Planteq for implantado conforme planejado, os benefícios serão muitos. De acordo com dados do último Censo (2000), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, existem no Brasil 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que equivale a 14,5% da população. Destes, estima-se que dois milhões estejam na Bahia e quase 600 mil só em Salvador.
Embora o panorama nacional de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade revele avanços significativos, a maioria delas ainda enfrenta situação de violação de direitos, associada à falta de acesso à escola, saúde, trabalho, transporte, lazer e cultura. O preconceito e a falta de acessibilidade são os principais problemas, pois obstruem a participação do deficiente na sociedade, o que aumenta a exclusão, observa Luíza Câmara, presidente da Associação Baiana de Deficientes Físicos – Abadef, que tem deficiência física e usa cadeira de rodas para se locomover.
Acessibilidade
A falta de acessibilidade dificulta e impossibilita o convívio social, aumentando os níveis de exclusão social. Segundo um estudo realizado em agosto de 2006, pela Federação Brasileira dos Bancos – Febraban, a questão está muito mais ligada à conscientização e à sensibilidade do que às leis e normas.
Grande parte dos investimentos realizados para adequações de edificações ou espaços públicos não encontra a devida funcionalidade, pois o enfoque está apenas no cumprimento da legislação. “É comum encontrarmos pela cidade adaptações para deficientes completamente inadequadas”, observa Edmundo Xavier, membro da Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador – Cocas, que, em parceria com a ONG Vida Brasil, vem realizando um estudo com o objetivo de mapear as deficiências da cidade de Salvador na questão da falta de acessibilidade e adaptações inadequadas, no intuito de propor aos órgãos públicos a adoção de medidas para melhorar a situação.
Mercado de trabalho
De acordo com a Lei nº 10.098, de 2000, e o Decreto nº 3.298, de 1999, toda empresa com mais de cem funcionários é obrigada por lei a reservar parte das suas vagas para PCDs. Apesar da obrigatoriedade, há empresas que até hoje não cumprem a legislação. A fiscalização pelo cumprimento das cotas é de responsabilidade da Delegacia Regional do Trabalho – DRT, que, em parceria com o Ministério Público do Trabalho – MPT, autua e multa as empresas que não cumprem a lei.
Por conta da legislação, o número de pessoas com deficiência incluídas no mercado de trabalho vem aumentando progressivamente, mas as ofertas de vagas ainda são maiores que a disponibilidade de profissionais com os requisitos exigidos pelas empresas. Segundo o Centro de Atendimento Profissional de A a Z – Capaz, ligado à Setre, a falta de capacitação é um dos fatores que dificultam o acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho, tanto que uma das atribuições do Planteq é justamente promover a capacitação profissional e inclusão desses trabalhadores no mercado de trabalho.
No entanto, segundo o estudo realizado pela Febraban sobre acessibilidade e mercado de trabalho, atribuir a exclusão dos deficientes do mercado de trabalho à falta de capacitação profissional é simplificar demais as coisas, uma vez que tal problema afeta também as pessoas sem deficiência. É necessário tomar cuidado para não subestimar ou superestimar o desempenho desses profissionais, inventando mitos que, em vez de contribuir para a inclusão, acentuem as diferenças e gerem novas formas de preconceito e discriminação.
O que eles pensam
Para o cobrador de ônibus Rubens Nascimento, 28 anos, que perdeu a perna devido a um acidente de carro, embora o preconceito seja uma barreira para a inserção no mercado de trabalho, ele nunca se fez “coitadinho” e mesmo antes de conseguir emprego com carteira assinada através do sistema de cotas, já trabalhava no mercado informal como vendedor ambulante e ajudante de pedreiro.
Na questão da locomoção, é consenso entre as pessoas com deficiência que a falta de transporte público adaptado é o principal obstáculo. Os ônibus equipados para deficientes são poucos e não atendem à demanda da população com deficiência. “Como trabalho no centro da cidade, tenho que sair de casa bem mais cedo, para chegar ao trabalho no horário, sem falar na condição dos ônibus urbanos, completamente inadequados para o deficiente”, afirma Rosimeire Silva, 23 anos, que teve paralisia infantil, anda de muletas e todo o dia enfrenta uma maratona para chegar ao trabalho.
Para quem tem deficiência visual, o problema é ainda mais grave. Na opinião da estudante Mara Barreto, 25 anos, que perdeu a visão aos 18 por causa de glaucoma, a cidade não é estruturada, principalmente para os deficientes visuais. Além da falta de infra-estrutura em Salvador, Mara aponta a discriminação como outro grande problema para a inserção do cego não só ao mercado de trabalho, mas à sociedade como um todo.
á para quem tem deficiência auditiva, a principal dificuldade é a comunicação. Tatiane Souza, 22 anos, que trabalha como empacotadora em um supermercado da cidade, afirma que as pessoas relutam em se comunicar com o deficiente auditivo, por concluir que não serão compreendidas. Diante do impasse, é comum presenciar deficientes auditivos conversando apenas entre si, através da língua brasileira de sinais - Libras, ou usando mímicas e gestos ao se comunicar com as demais pessoas.
Apesar de todos os obstáculos estruturais, preconceito e discriminação, que tendem a delimitar as potencialidades do deficiente, levar uma vida normal é possível. “Na verdade, tornei-me mais ativo depois da deficiência”, avalia o funcionário público Luiz Fernando, 26 anos, que perdeu a perna aos 19 por causa de um câncer no joelho e hoje é casado, cursa faculdade, trabalha, dirige e ainda pratica natação, tudo isso depois de se tornar deficiente. A experiência de Rubens, Rosimeire, Mara, Tatiane e Luiz Fernando são exemplos que comprovam que a pessoa com deficiência, como qualquer outra, pode levar uma vida comum e ser um bom profissional, tão ou mais competente que os demais.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Tropa de Elite revela a pura realidade do crime organizado brasileiro


Apenas um comentário, por Lázaro Lamberth...

"Pegou geral". Este foi o título da capa da revista Veja na edição desta semana, que traz uma matéria especial sobre o filme Tropa de Elite que, mesmo antes do lançamento oficial no dia 5 deste mês, já era o filme brasileiro mais visto dos últimos anos. Segundo Veja, Tropa de Elite "é o maior sucesso do cinema brasileiro porque trata bandido como bandido e mostra usuários de droga como sócios dos traficantes". Uma matéria e tanto, que vale a pena ser lida, apesar de todas as críticas e oposições que se possa ter em relação à posição de direita da revista.

Eu particularmente concordo com o posicionamento da matéria. Desde quando tive a oportunidade de assistir o filme em casa de amigos na semana retrasada (em cópia pirata, diga-se de passagem rsrs), concluí que Tropa de Elite é um filme atual e muitíssimo interessante. Pretendo assisti-lo novamente no cimena.

O curioso é que, mesmo antes de ver o filme, ouvi comentários e críticas de amigos e pessoas gabaritadas, que classificaram-no de fascista e tendencioso, justamente por contar a história somente do ponto de vista da polícia. Porém, a leitura que fiz de Tropa de Elite ao assisti-lo é que o filme é, antes de tudo, extremamente realista, pois mostra a crua e triste realidade do Rio de Janeiro, que pode, inclusive, ser encontrada em várias grandes cidades do país: o império de violência do crime organizado e do clima de verdadeira guerra civil.

O mérito de Tropa de Elite está justamente na sua capacidade de chamar a atenção para a gravidade da violência existente no país e a necessidade de modificar "de alto a baixo" o sistema de segurança pública no Brasil. Vale a pena conferir!
Obs.: texto extraído do Blog Arquivo Lamberth

domingo, 14 de outubro de 2007

Anorexia e bulimia
A cura é mais fácil com tratamento, compreensão e o fim do preconceito.
  • Kátia Monteiro


A anorexia e a bulimia têm se manifestado em número cada vez maior de jovens em quase todo o mundo. A anorexia nervosa é uma disfunção alimentar, que ocorre com maior incidência nos jovens entre 14 a 25, cerca de 95% dos casos ocorrem em mulheres. A anorexia mata por ataque cardíaco, devido a falta de sódio e potássio no organismo. O índice de mortalidade em pessoas com anorexia situa-se entre 15 a 20%, sendo o maior entre os transtornos psicológicos. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 193 casos de morte por anorexia, no período de 1996 a 2004. Na Bahia tem ocorrido diversos casos desses distúbios. Em Feira de Santana correu um caso recente de uma adolescente de 15 anos, internada para tratamento por determinação judicial.

A vítima dessa doença, tem o hábito de submeter-se a uma rígida dieta alimentar com o objetivo de alcançar um padrão estético de magreza excessiva, estabelecido principalmente pela mídia. A anorexia é uma doença difícil de ser tratada, pois envolve fatores psicológicos, sociais e genéticos. A pesquisa da psiquiatra Cynthia Bulik da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (EUA ) revela, que o fator genético é responsável por 56% do desenvolvimento da anorexia.

Uma pessoa anoréxica pode também ser bulímica. Na bulimia, ao contrário da anorexia, o indivíduo ingere alimento em excesso. Movido pelo sentimento de culpa por ter ganho de peso, pratica exercícios exaustivamente, vomita os alimentos que come ou ingere purgantes, laxantes e diuréticos. A bulimia pode causar graves danos ao esôfago, aos dentes e às glândulas salivares, por causa do ácido estomacal existente no vômito e em alguns casos levar à morte.

Diversos são os empecilhos para tratar pacientes com anorexia e bulimia. Os principais são a negação de que estão doentes e por esconderem dos familiares que possuem essas disfunções. Alguns casos demonstram que os pais demoram a perceber que os filhos possuem esses distúrbios e alguns resistem submetê-los a tratamento, por não terem conhecimento da real gravidade da doença.

Felizmente, existe tratamento tanto para a anorexia, quanto para a bulimia. O tratamento consiste em auxílio psicológico, medicamento e orientação nutricional. Os profissionais que tratam do assunto são principalmente nutricionistas e psicólogos, já que a doença apresenta-se como uma disfunção alimentar, que vem sempre associada a problemas psicológicos. A primeira prividência ao iniciar o tratamento de um paciente com bulimia e anorexia é a recuperação de um estado normal nutricional, fazendo o paciente fazer cinco a seis refeições por dia, para reequilibrar o organismo e evitar a sensação de estar farto.

Segundo os psicólogos Cláudio Sinoti, terapeuta junguiano e Íris Sinoti, terapeuta transpessoal e junguiana, os pacientes precisam de acompanhamento psiquiátrico, onde serão prescritos os medicamentos que o auxiliem a superar o transtorno. A terapia ajudará o paciente a lidar com as situações que causaram a compulsão, levando-o a tomar conhecimento de que possui a doença e assim modificar positivamente a sua percepção corporal. O paciente poderá receber alta gradativamente, porém serão feitas reavaliações periódicas para constatar sua melhora.

Cláudio e Íris Sinoti aconselham que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos, os seus hábitos, compulsões, distorsões e amizades. Afirmam que os jovens recebem uma grande quantidade de informações e os pais são essenciais para ensinar-lhes a ter sendo crítico. “Os pais próximos aos filhos são o melhor remédio contra qualquer tipo de distúrbio. No primeiro sintoma de desequilíbrio ou conflito, os pais deverão procurar imediatamente um tratamento, com terapeuta ou psicólogo, além do psiquiatra, pois quanto mais cedo o tratamento se inicia, maior a possibilidade de recuperação e menores serão os efeitos na vida do paciente.”

Embora a manifestação dessas disfunções ocorram principalmente nos adolescentes do sexo feminino e mulheres jovens, já foi detectada em rapazes, embora em menor número. Em Salvador, a psicóloga Íris Sinote conta que tratou de pacientes do sexo masculino. “Em nosso consultório já atendemos dois casos. No entanto, as estatísticas dos compêndios de psiquiatria apresentam um percentual de 90 a 95% de mulheres. Mas estudos recentes demonstram um certo crescimento percentual vinculado ao sexo masculino”. Outro problema que acompanha os adolescentes anoréxicos e bulêmicos de ambos os sexos é a dismorfia, uma doença psicológica, onde a pessoa tem uma visão distorcida do próprio corpo.
A anorexia pode causar em pessoas do sexo feminino a ausência de ao menos três ou mais menstruações e danos ao sistema reprodutor. Nos rapazes ocorre a diminuição ou ausência da líbido e impotência sexual. Em ambos os sexos pode ocorrer crescimento retardado, descalcificação dos dentes; cárie dentária; depressão; bulimia, danos intestinais, por causa do uso excessivo de laxativos; danos ao rim, devido à utilização de diuréticos, e anemia, causada pelo baixo nível de ferro.

Informar sobre os sintomas referentes à anorexia e a bulimia, bem como suas causas e tratamentos, é imprescindível para o controle dessas doenças ou até mesmo para a cura. É essencial que haja uma conscientização sobre o perigo do não tratamento dessas doenças, assim como a desmistificação, pois as vítimas dessas graves disfunções alimentares são alvo de preconceito, sendo erroneamente consideradas pessoas “fúteis”, que desejam a todo custo manter-se magras.
Os anoréxicos e bulímicos convivem silenciosamente com as doenças, escondendo-se para não serem ridicularizados e desprezados pela sociedade. Em vez de criticar as vítimas, a sociedade deveria procurar mecanismos que evitem a disseminação de padrões estéticos surreais por meio da mídia, onde as pessoas são transformadas em meros objetos. Talvez assim teria sido evitada a morte de Karen Karpenter, vocalista dos Karpenters, que morreu em 1983 de anorexia nervosa, aos 32 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca, assim como a modelo Ana Carolina Reston e tantas outras vítimas da anorexia e bulimia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

MACONHA, CRACK E COCAÍNA SÃO AS DROGAS MAIS CONSUMIDAS PELOS ADOLESCENTES DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE SALVADOR SEGUNDO OS ESPECIALISTAS.

POR:MARISTELA SOUZA

Maconha, crack e cocaína são as drogas mais consumidas pelos adolescentes das escolas publicas de Salvador segundo os especialistas.
Pesquisa feita pelo Centro de Estudos e Tratamento do Abuso de Drogas (Cetad). Ele é uma extensão permanente do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da faculdade da UFBA, vinculada ao governo do estado da Bahia, constatou que os jovens de escolas públicas estão usando drogas cada vez mais cedo. Crianças de 12 anos começam a ter contato com as drogas e o álcool, na maioria das vezes, é a porta de entrada para o vício.
A maioria dos estudantes está na faixa etária dos 16 anos.A metade dos alunos pesquisados (50%) cursa uma série que não é adequada á idade.A pesquisa constatou que a defasagem escolar é maior entre os que consomem drogas, quando comparados aos alunos que não consomem.As substâncias mais consumidas são maconha, crack e cocaína.A maconha é a primeira da lista.
Normalmente, os jovens que iniciam o uso de substancias tóxicas não dispõem de informações adequadas, sobre o assunto.Às vezes, na busca de um prazer ilusório e passageiro.Tornam-se de uma auto-afirmação dentro do grupo a que pertencem, acabam condicionados ao vício, as vitimas de dependência física e psicológica que os levam na maioria das vezes a cometerem atos de extrema gravidade, contra si próprios, contra seus familiares ou contra outras pessoas, quando buscam arrancar recursos para alimentar o vicio.
Juciara santos, 24 anos, usuária desde os 15 anos, começou por influência de amigas como símbolo de maturidade e rebelião, no inicio com maconha e cocaína, agora, já é dependente de Crack.Aos 20anos abandonou seu lar e profissão, pois era cabeleireira do salão onde a sua mãe é proprietária, para viver nas ruas vendendo, o corpo em troca de drogas.Tem um filha de 2 anos.Segundo ela, quando sente saudade, aparece para fazer uma visita.Recentemente, ficou presa por 28 dias por ter furtando uma calcinha em uma boutique da orla de Salvador, devido ao acontecido, retornou para casa. Desta vez está consciente de que não é está vida que quer para si.Vou tomar um rumo em minha vida, estou freqüentando um centro de reabilitação, orientada por psiquiatra. “Agora vou me dedicar a minha filha, meu trabalho e minha família”, afirma Juciara.
Drogas mais utilizadas:
Crack é uma droga ilegal derivada da planta da coca, é feita da sobra do refinamento da cocaína ou da pasta não refinada, misturada ao bicarbonato de sódio e água.É uma droga muito intensa, justamente por ter um grau de pureza maior que a cocaína.Pertencente ao grupo das drogas estimulantes, e também provoca alucinações.Seu efeito chega muito rápido ao cérebro podendo levar entre 6 e 10 dias segundos para iniciar, a duração é curta, em média de 5 a 10 minutos .Essa característica faz com que usuários repitam o uso muitas vezes, levando-à dependência severa em pouco tempo.Geralmente com menos de 10 pedras o individuo já pode ser considerando um dependente.
O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a ter um AVC.Ela causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência esquelética ao indíviduo: ossos da face salientes,braços e pernas finos e costelas aparentes. Normalmente, um usuário de crack, após algum tempo, de uso utiliza a droga apenas para fugir da sensação de desconforto causado pela abstinência e outros desconfortos comuns a outras drogas estimulantes: depressão, ansiedade e agressividade.
Cocaína é uma substância natural extraída das folhas da planta que ocorre exclusivamente na América do Sul: a Erythroxylon coca, conhecida como coca ou epadú.A cocaína pode chegar ao consumidor sob a forma de sal, o cloridato de cocaína, o “pó”, “farinha” ou “branquinha”, que é solúvel em água e, portanto, serve para ser aspirado (“cafungado”) ou dissolvido em água para uso endovenoso (“pelos canos”); ou sob forma de base.
A cocaína è uma droga que mais devasta o usuário. Bastam alguns meses ou mesmo semanas para que ela cause um emagrecimento profundo, insônia, sangramento no nariz e corisa persistente, lesão da mucosa e tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração do septo.Doses elevadas consumidas regulamente causam palidez, suor frio, desmaios, convulsões e parada respiratória.No cérebro, a cocaína afeta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa.A ação da cocaína é poderosa, porém breve, durando cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.
Maconha é o nome dado no Brasil a uma planta chamada cientificamente de Cannabis Sativa. Ela era considerada em vários países, inclusive Brasil, como um medicamento para vários males.Mas também era utilizada para fins não médicos por pessoas desejosas de sentir “coisas diferentes”, que utilizavam-na abusivamente.Conseqüência desse abuso.É um de certo exagero sobre os seus efeitos maléficos, a planta foi proibida.Entre todas as drogas ela é a causa mais efeitos psicóticos, mesmo em usuários com pouco de uso, podendo ainda causar danos à memória, sistema reprodutor e respiratório e atuar ainda como um catalizador para câncer de pulmão.
O uso contínuo da maconha pode interferir com a capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir a um estado de amotivação.Isto é não sentir vontade de fazer mais nada, pois tudo fica sem graça e importância.Este efeito crônico da maconha é chamado Síndrome Amotivacional.Além disso, a maconha pode levar algumas pessoas a um estado de dependência, isto é, elas passam a organizar sua vida de maneira a facilitar o uso de maconha, sendo que tudo o mais perde seu valor.

MARISTELA BAILHÃO DE SOUZA

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Cia O Cidadão de Papel apresenta em Plataforma o espetáculo Fome

A Cia O Cidadão de Papel apresenta em Plataforma o espetáculo Fome

Kátia Monteiro

A companhia de teatro O Cidadão de Papel apresenta o espetáculo Fome de 17 de agosto a 15 de setembro às sextas e sábados às 19h, no Centro de Cultura de Plataforma, situado na praça São Braz. O valor do ingresso é um quilo de alimento não perecível. Os alimentos serão doados às instituições do bairro para que sejam distribuídos à comunidade. Na peça são abordados assuntos como desemprego, fome, crianças que moram nas ruas, desigualdade na distribuição de renda e preconceito racial, com o objetivo de conscientizar o público sobre os problemas sociais e econômicos existentes no Brasil.

O espetáculo Fome, criado por Leandro Rocha, é o segundo trabalho teatral produzido pela Cia O Cidadão de Papel, depois de ter ficado em cartaz por seis anos com a peça O Cidadão de Papel. Fome participou do Festival de Teatro de Ipitanga em 2007 e ganhou os prêmios de Melhor Direção e Melhor Atriz, para Marli Souza. O cenário representa um lixão e os atores Marli Souza e Luiz Falcão, interpretam pessoas famintas, que lutam para sobreviver em condições subumanas. A mensagem principal é a “fome”, que tanto pode ser causada por uma necessidade fisiológica essencial à vida, como também por outras desejos de consumo que não estejam ligadas à sobrevivência.

Marcos Oliveira, diretor e um dos fundadores da Cia O Cidadão de Papel, criada em parceria com Leandro Rocha e inspirada no livro O Cidadão de Papel de Gilberto Dimenstein, conta que a idéia de criar peças que despertem a consciência crítica nos expectadores, surgiu por influência do Teatro do absurdo e pela observação dos moradores de rua. “Tiramos as gírias para dar um ar de absurdo, mostrando meninos de rua falando com formalidade”, explica Marcos. Durante a pesquisa, ele encontrou morando nas ruas pessoas de níveis intelectuais que variavam de analfabetos a médicos e advogados.

A peça Fome é formada por atores que fazem parte do projeto “O Cidadão de Papel”, com apoio da Cipó Comunicações Interativas e Todo Mundo Faz Teatro. A atriz Marli Souza conta que faz parte da Cia Cidadão de Papel há 4 anos e que somente teve consciência da sua vocação artística, quando entrou num curso de artes cênicas chamado “A idéia é essa”, promovido pela Universidade Federal da Bahia. “Antes, eu fazia karatê e era muito tímida. Quando entrei para o grupo “A idéia é essa” foi que me senti estimulada para ser atriz”, afirma Marli. A atriz acredita que uma das maiores dificuldades para executar peças teatrais na Bahia é a falta de patrocínio. “Existe a dificuldade financeira, pois é difícil encontrar empresas que nos apõem”, diz Marli.

Aliada ao espetáculo Fome, acontece a mostra de fotografia do fotógrafo Rafael Martins, que expõe fotos de moradores de rua em Salvador e a exposição de molduras feitas com materiais recicláveis da artista Mércia Leite. A Cia Cidadão de Papel realiza todo mês uma apresentação teatral sem fins lucrativos para alguma instituição. Paralelamente a esse projeto, a companhia possui o grupo de teatro Trama dos Arteiros. A Cia já se apresentou em Sergipe e pretende buscar patrocínio com a finalidade de fazer apresentações em outros Estados do Brasil, pois, de acordo com Marcos Oliveira, “O teatro tem o poder de transformar as pessoas”.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Centro de Cultura de Plataforma recebe espetáculo Fome


Por Lázaro Britto

A Cia de Teatro O Cidadão de Papel apresenta o espetáculo Fome de 17 de agosto a 15 de setembro, no Centro de Cultura de Plataforma (Praça São Braz). Inspirado no Teatro do Absurdo, com texto e direção de Leandro Rocha, a peça tem o objetivo de levar cultura para a população de baixa renda, através da reflexão em torno de uma espécie de fome geralmente esquecida pelo poder público.


Em entrevista coletiva concedida aos alunos do 3º semestre matutino de Jornalismo da FIB – Centro Universitário da Bahia, Marcos Oliveira e Marli Souza, integrantes da Cia, relataram suas experiências no campo do teatro e as reflexões que propõem com o novo espetáculo.

Para Marcos, um dos elaboradores do projeto e responsável pelas áreas técnicas de preparação dos atores, iluminação, luz e cenografia, o Brasil tem fome não somente de pão, mas de cultura, informação e conhecimento, uma forme geralmente não saciada pela iniciativa do Estado, o que legitima movimentos dessa natureza.

Para a protagonista Marli Souza, participar de Fome é uma experiência enriquecedora, sobretudo para ela que, oriunda de família pobre, enfrentou diversas barreiras para se manter no teatro. “A primeira dificuldade é a própria família, que não aceita que se faça teatro. A segunda dificuldade é a questão financeira, pois não dá para viver de teatro”, afirma Marli, que mesmo diante das dificuldades, faz teatro desde o início da adolescência.

Com o espetáculo, a Cia de Teatro O Cidadão de Papel pretende derrubar o estereótipo de que comunidades carentes e bairros populares não estão aptos a consumir cultura de qualidade. Para quem quiser conferir, Fome é apresentado sempre às sextas e sábados, às 19h, e o valor do ingresso é um quilo de alimento não-perecível.

"ORDEM E PROTESTO"

Por: Daniela Passos dos Santos.

Em entrevista coletiva no último dia 24 de agosto, Marcos Oliveira, atual diretor da Companhia de Teatro Cidadão de Papel e Marli Sousa, também integrante do grupo e ganhadora do prêmio de melhor atriz pelo Festival de Teatro Ipitanga, falam sobre o espetáculo “Fome” e seu engajamento nas questões socioculturais.
O Espetáculo, inicialmente ensaiado no bairro de Itapuã, na laje da casa de Leandro Rocha, membro do grupo que trabalha na preparação de atores, no figurino, na cenografia e na criação de projetos, hoje possui um reconhecimento significativo.
Baseando-se no livro do jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, o grupo, em seu espetáculo, cujo palco é o Centro de Cultura São Braz em Plataforma, subúrbio ferroviário de Salvador, chama a atenção para problemas como o preconceito racial, as disparidades na distribuição de renda e o consumismo exacerbado.
Formado por jovens preocupados com problemas sociais que afligem não somente a sociedade brasileira, mas grande parte do mundo, o grupo teatral busca através da arte aguçar o sentimento de repúdio às desigualdades, o que lhes proporcionou o recebimento de um “prêmio especial”, no Festival de Ipitanga (Ba) pela mobilização social. “A princípio, o grupo encontrava dificuldade em ser respeitado, em nos valorizarem, mas assim que nos dão a oportunidade, vêem que somos capazes”, conta Marli.
Problema financeiro não é algo que inibe o grupo, que continua perseguindo seus objetivos - inserção social de jovens no mundo das artes e da cidadania. Prova disso é a “moeda de acesso” à apresentação de “Fome”: um quilo de alimento não-perecível, que, segundo Marcos, serão repassados para os moradores mais carentes do Bairro, que até o dia 15 de setembro, sedia o espetáculo.
Mas esse “trabalho filantrópico”, para Oliveira, é motivo de preocupação. È a primeira vez que eles trabalham com doações de alimentos e isso lhes causa certo receio em acabar fazendo assistencialismo, acreditam que doar coisas materiais é menos significativo que transmitir cultura através do teatro.
Para Marcos, um dos maiores obstáculos que encontram é o fraco incentivo à apreciação das artes: “É necessário incentivo de consumo a produtos culturais e uma maior divulgação das criações artísticas além de apoio aos artistas”, explicita Marcos.
Por essas e outras razões Marli desabafa dizendo: “Não há apenas como viver de teatro. É preciso batalhar muito e isso é um tanto complicado. Às vezes, somos obrigados a abdicar da paixão por essa arte em função das necessidades”.
Ainda segundo o jovem diretor, há muitos grupos que fazem teatro apenas para ganhar dinheiro, o que afirma não ser o seu caso. Para ele, se alguém sabe fazer algo bom, deve usar sua capacidade para ajudar outras pessoas e não apenas para benefício próprio.
Oliveira expõe não receber os mesmo incentivos do início e possuir certa independência, por isso, de todo e qualquer dinheiro adquirido 15% vai para a “manutenção” da Companhia e o restante é dividido em partes iguais entre seus integrantes.
O grupo, que parece possuir grande admiração pelas obras do escritor, atualmente trabalha em um projeto que envolve outro livro de Dimenstein “Meninas da Noite”, onde o mesmo aborda a prostituição infantil no Norte-Nordeste brasileiro. A ligação com Gilberto começou em 1999 e cresceu a ponto de o jornalista doar parte dos direitos autorais de seu livro, cujo nome “O Cidadão de Papel”, foi escolhido também para intitular a Companhia de Teatro. Além disso, de acordo com Marcos, sempre que o escritor vinha a Salvador, durante suas palestras, sempre lhes dava a oportunidade para que os jovens artistas pudessem se apresentar. Isso lhes proporcionou serem conhecidos e reconhecidos por um maior números de pessoas.
A fome de que os jovens cidadãos tratam não é apenas a necessidade fisiológica, mas uma fome em consumir, em possuir ambições que jamais são saciadas, uma sensação que torna os seres humanos cegos e indiferentes aos problemas dos outros. No final das apresentações a frase “Você tem fome de quê?” deixa um espectro no ar.

INCLUSÃO CULTURAL NO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR

A Companhia de Teatro O Cidadão de Papel apresenta no centro cultural de Plataforma, o espetáculo FOME, que traz em discussão os temas: preconceito, desemprego, fome, a situação das crianças de rua, entre outros. Até o dia 15 de setembro a peça ficará em cartaz.

FOME já concorreu aos prêmios de melhor autor, melhor iluminação, melhor trilha sonora e ganhou os prêmios de melhor direção, com Leandro Rocha e o de melhor atriz, com Marli Souza, no festival de Ipitanga.

A companhia tem como um de seus principais objetivos, levar arte e cultura para os bairros populares da cidade de Salvador, devido a isso se deu a escolha de Plataforma, bairro do Subúrbio Ferroviário.

Esse é o segundo espetáculo da companhia depois de ter ficado seis anos com a peça O Cidadão e Papel (inspirada no livro Homônimo de Gilberto Dimenstein).


FICHA TÉCNICA


· Autor e Diretor – Leandro Rocha.
· Preparação de Atores – Marcos Oliveira.
· Elenco – Luis Falcão e Marli Souza.
· Figurino – Leandro Rocha e Marli Sousa.
· Iluminação – Marcos Oliveira.
· Operador de Luz – Marcos Oliveira.
· Cenografia – Leandro Rocha, Marcos Oliveira, Marli Souza e Luis Falcão.
· Pesquisa Musical e Trilha Sonora – Leandro Rocha.
· Edição Musical – DJ - M.Jay.
· Operador de Som – Leandro Rocha.
· Elaboração de Projeto – Leandro Rocha e Marcos Oliveira.
· Fotografia – Rafael Martins.
· Design Gráfico – Vinicius Couto.
· Produção – A Cia O Cidadão de Papel.


Local: Centro Cultural de Plataforma
Endereço: Praça São Braz, Plataforma, Subúrbio Ferroviário – Salvador, Bahia.
Informações: (71) 88689483 / 99039227 / ciadaodepapel@hotmail.com
Quando: 18, 24, 25 e 31 de agosto e 01, 07, 08, 14, e 15de setembro de 2007, as 19h
Acesso: 1kg de alimento não perecível.



JULLIANA DAS NEVES SILVA